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Gestão Municipal em Xeque: Uma Reflexão sobre os Gastos Públicos e a Realidade de Unaí

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Gestão Municipal em Xeque: Uma Reflexão sobre os Gastos Públicos e a Realidade de Unaí

Por Robismar Pereira, Portal Iluminar

Recentemente, o Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG) emitiu um alerta para 27 prefeituras mineiras, incluindo Unaí, apontando que estas estão próximas de ultrapassar o limite legal de gastos com pessoal. De acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), as despesas com pessoal no Executivo municipal não podem ultrapassar 54% da receita corrente líquida. No caso de Unaí, o sinal amarelo foi aceso com o percentual atingindo preocupantes 95,01% a 100% do limite permitido.

Este alerta serve como um chamado para a administração municipal refletir sobre sua gestão financeira, especialmente quando observamos que, em casos extremos, a Constituição prevê medidas severas, como a redução de até 20% dos gastos com cargos comissionados e possíveis exonerações de servidores.

A Realidade de Unaí: Um Espelho de Outras Cidades?

Quando analisamos a situação de Unaí, é impossível não se perguntar: estamos caminhando para um cenário onde a cidade, conhecida por sua importância no agronegócio e por seu desenvolvimento contínuo, verá sua administração sucumbir às mesmas práticas que levaram outras cidades ao caos financeiro?

Nelson Rodrigues, em uma de suas crônicas, dizia que “toda unanimidade é burra”. E, de fato, essa máxima parece se aplicar perfeitamente à forma como certas gestões se deixam levar por práticas antiquadas e, muitas vezes, desastrosas, que culminam em situações como essa, onde o limite fiscal é esticado até o ponto de ruptura. É preciso coragem para sair do lugar-comum e inovar, para não apenas gerenciar a cidade, mas liderá-la rumo a um futuro sustentável e próspero.

O Papel da Administração: Entre a Eficiência e a Gastança

Em uma cidade como Unaí, que figura entre as que receberam o alerta do TCE, é necessário questionar se os recursos estão sendo utilizados da maneira mais eficiente possível. As práticas administrativas adotadas estão realmente alinhadas com o que a população espera? Ou estamos presos em um ciclo de gastos excessivos que, mais cedo ou mais tarde, poderão comprometer o funcionamento dos serviços públicos essenciais?

A crítica de Rodrigues nos lembra que a gestão pública não pode se dar ao luxo de ser unânime em suas ações. É necessário, sim, contestar, analisar e corrigir o curso quando necessário. Uma cidade que ignora os sinais de alerta em nome da manutenção de práticas questionáveis está fadada a enfrentar as consequências.

Conclusão: O Futuro que Queremos para Unaí

Unaí é uma cidade com grande potencial, mas esse potencial só poderá ser plenamente realizado se houver uma administração responsável, que priorize a sustentabilidade fiscal e a eficiência dos gastos públicos. O alerta do TCE deve ser encarado como uma oportunidade para reavaliar práticas, corrigir rumos e garantir que a cidade continue crescendo sem comprometer sua estabilidade financeira.

Afinal, como Nelson Rodrigues também disse, “o dinheiro compra até o amor verdadeiro”. Mas, no caso das finanças públicas, o amor verdadeiro de uma administração competente deve ser o da responsabilidade e da prudência, garantindo que cada centavo seja investido de forma a beneficiar a população de Unaí e preservar o futuro da cidade.

Fonte: Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG).