“CONTRATO MILIONÁRIO NA SAÚDE PÚBLICA E A REALIDADE DOS PLANOS PRIVADOS: O POVO SEMPRE PAGA A CONTA”
Em Unaí, o debate sobre os serviços de saúde se intensificou com a recente contratação da empresa que está gerindo a gestão dos serviços médicos municipais. A promessa de melhorias na saúde pública se choca com a realidade de uma população que, em sua maioria, continua insatisfeita. Mas não é só no setor público que o povo paga a conta. Nos planos de saúde privados, a situação não é muito diferente, com altas mensalidades e um atendimento que deixa a desejar. E quem arca com tudo isso? O cidadão comum.
A insatisfação com o contrato público milionário é evidente. Enquetes realizadas pelo Portal Iluminar revelaram um cenário de frustração, onde 95% da população considera que o valor destinado ao contrato é “muito alto para o retorno que recebemos”. Não apenas o valor, mas a qualidade dos serviços também está sendo amplamente questionada. Segundo as enquetes, 97% dos entrevistados afirmam que o atendimento “piorou ou permaneceu o mesmo” desde que a empresa assumiu a gestão.
O renomado sociólogo e autor do livro “A Crise da Saúde no Brasil”, José Carlos Lima, aponta que “os recursos públicos muitas vezes são mal direcionados em contratos milionários que não têm resultados concretos para a população”. Em sua obra, Lima discute como a gestão da saúde pública é, na maioria das vezes, burocrática e ineficaz, fazendo com que o dinheiro dos impostos se perca em projetos que não atingem os reais objetivos.
A situação no P.A geridas pela empresa contratada não melhora: 86% das pessoas que responderam as enquetes afirmam que o tempo de espera para atendimento “aumentou”. Para muitos, a agilidade prometida pelo novo contrato é apenas uma ilusão. A falta de transparência também é uma grande crítica: 93% dos participantes das enquetes indicaram que “falta transparência” por parte da Prefeitura e da sociedade contratada, algo que vai de encontro ao que se espera de uma gestão pública.
No setor privado, a realidade não é muito diferente. Os planos de saúde, que deveriam oferecer um atendimento mais rápido e eficiente, também falham em entregar qualidade. Em uma enquete paralela, 90% dos participantes afirmaram ter dificuldade para agendar uma consulta com especialistas usando seus planos de saúde. E, quando se trata de tempo de espera, mais da metade dos que responderam (57%) afirmam que o atendimento particular (Pago em dinheiro) é mais rápido do que o realizado por meio de planos. A qualidade, no entanto, continua sendo alvo de críticas: 85% dos que responderam consideram que o atendimento dos planos de saúde está “abaixo do esperado, considerando o custo”.
A filósofa e escritora Maria Clara Antunes, autora de “A Saúde Como Negócio: A Crise do Sistema Privado”, argumenta que “os planos de saúde privados operam com o objetivo de maximizar lucros, e não com a finalidade de proporcionar cuidados de qualidade aos seus beneficiários”. Para ela, a população que recorre ao plano privado acaba pagando preços altos, mas não recebe, em troca, a assistência adequada.
O mais preocupante em ambos os casos, tanto na saúde pública quanto na privada, é que quem realmente paga a conta é sempre o povo. Se por um lado, a população de Unaí sofre com um contrato milionário que não traz os resultados prometidos, por outro, os cidadãos que pagam planos de saúde também enfrentam a frustração de um atendimento lento, caro e, em muitos casos, ineficiente.
Como afirmou o sociólogo David Harvey, “as classes populares sempre pagam o preço das ineficiências do sistema, seja no público ou no privado”. Essa realidade é um reflexo claro da falta de prioridade na gestão de recursos públicos e da busca incessante pelo lucro no setor privado, deixando o cidadão, mais uma vez, à mercê de um sistema falido.
O debate sobre o contrato milionário da saúde em Unaí e a realidade dos planos privados evidencia uma verdade incômoda: no final das contas, quem paga a conta é o povo, que não tem acesso a serviços de saúde de qualidade, seja no sistema público ou privado. A grande pergunta é: até quando o cidadão vai suportar essa realidade?