“RECÁLCULO ELEITORAL: QUANDO AS CADEIRAS MUDAM DE LUGAR E O PALCO TREME — DE PARACATU A UNAÍ”
Por Robismar Pereira
Se você acha que política municipal é sempre “música de fundo”, pense de novo. Em algumas cidades mineiras, o som virou samba-de-roda — e quem pisar fora do compasso pode perder o assento. É o caso de duas frentes que agora ganham holofotes: uma em Paracatu, outra em Unaí.
PARACATU: O PASSO JÁ TROPEÇOU
Na cidade de Paracatu, o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) julgou em 12/11/2025 a ação nº 0600692-14.2024.6.13.0203, relatada pelo juiz Vinícius Diniz Monteiro de Barros. O tribunal manteve, por 5 votos a 1, a cassação da chapa do Partido Renovação Democrática (PRD) por suposta fraude na cota de gênero.
Com isso, abre-se o palco para o recálculo do quociente eleitoral — ou seja: quem achava que tinha cadeira no Legislativo pode acordar sem ela, e outros podem dar “passo ensaiado” direto para o plenário.
O impacto, dizem os bastidores, pode atingir dois candidatos do Partido Liberal (PL) em Paracatu, que agora veem seus destinos nas mãos da matemática eleitoral.
Em resumo: o samba paracatuense parou no meio do salão — e quem não ajustar o passo vai acabar fora da roda.
UNAÍ: A MÚSICA AINDA TOCA, MAS SEM COREOGRAFIA DEFINIDA
Em Unaí, a partitura também começa a mudar de tom. O processo nº 0601513-45.2024.6.13.0000, que tramita na 280ª Zona Eleitoral, teve movimentação no dia 2 de outubro de 2025 e envolve uma disputa entre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) e o Partido Liberal (PL).
O MDB, por meio de sua Comissão Provisória Municipal, não se conformou com a sentença que havia declarado a decadência do direito pretendido e decidiu interpor um Recurso Ordinário. O pedido foi encaminhado à instância superior, buscando reverter o entendimento anterior.
Na prática, o partido pede para que o processo continue sendo analisado — e, dependendo do resultado, pode haver impacto na composição da Câmara Municipal.
Por enquanto, o caso segue em tramitação, aguardando manifestação do Ministério Público Eleitoral e possível julgamento do recurso.
Ou seja, a música ainda toca, mas o maestro ainda não deu o sinal final. E como bom espetáculo político, a plateia — formada por eleitores, partidos e curiosos de bastidor — aguarda o desfecho para saber quem senta, quem dança e quem sai de cena.
PARALELO ENTRE OS DOIS CENÁRIOS
Em Paracatu, o compasso já mudou — a decisão foi tomada, e o recálculo eleitoral está no horizonte.
Em Unaí, o ritmo ainda é de expectativa — há recurso, há palco, mas ainda não há resultado.
Em ambas, a coreografia política mostra como a Justiça Eleitoral segue zelando pelo equilíbrio da representação e pela aplicação correta das regras — como defende Luís Roberto Barroso, em “O sistema político brasileiro” (2015):
“A legitimidade democrática não se resume ao voto, mas à preservação da igualdade de condições no jogo político.”
O QUE OBSERVAR DAQUI PRA FRENTE
Paracatu: acompanhar a publicação do acórdão e o recálculo do quociente eleitoral.
Unaí: aguardar a decisão do recurso interposto pelo MDB e verificar se o caso será levado ao TRE-MG.
Em ambas as cidades, vale o velho ditado: “quem não dança conforme a música, pode acabar sem o banco na próxima rodada.”
O Portal Iluminar segue acompanhando os bastidores dessa dança eleitoral.



















